sábado, 30 de agosto de 2008

CIGARRINHO DO DEMÔNIO

Eram aproximadamente quatro horas da tarde da ultima sexta-feira e seu Helio, morador da Almada e com setenta e nove anos, sentiu um cheiro diferente entrando pela janela de sua casa. Ao olhar, deparou com três homens fumando o famoso cigarrinho do Demônio a menos de dez metros de sua residência.
Seu Helio disse educadamente que ali não era lugar de fumar e deveriam apagar e deixar o local. Voltou pro seu convívio diário crente que tinha resolvido o problema. Ao sentir que o cheiro continuava foi verificar novamente. Foi quando um dos fumantes baixou as calças e virou pro morador.
Em seguida um grupo com sete caiçaras convidou os turistas fumantes a deixar a praia em caráter de urgência e com um mínimo de força bruta.
Ao saírem á mulher de um deles comentou: Ta vendo bem! Ta acostumado fazer isso nas outras praias, aqui você encontrou!

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

VOTE CERTO, VOTE CONSCIENTE , COMO?

Julinho Mendes
Se eleito for vou transformar a educação, vou tirar a saúde da UTI, vou gerar mais campo de trabalho, vou priorizar o turismo, vou resgatar a cultura, blablablá, blablablá, blablablá... Que beleza! Parece até que Deus vai ser prefeito e vereador em Ubatuba. São assim os discursos dos nossos e dos outros candidatos nos horários políticos que começam a ecoar pelas rádios da cidade e na televisão. Toda eleição é a mesma ladainha, o mesmo papinho, a mesma baboseira.O prefeito que aí está já não falou isso antes? O ex-prefeito que aí está já não falou isso antes do antes? Os novos que aí estão já não ouviram isso antes do antes do antes? Então?O cúmulo da razão é que todos tem razão. A educação tá uma caca, a saúde doente, o trabalho faltando, o turismo falido, a cultura acabando e os blablablás enchendo o bolso dessa turma toda, e nós aqui com cara de penico assistindo e ouvindo tudo isso de novo. De novo não, de velho!Será, meu Deus, que não tem um candidato que fale sinceramente para nós? Como por exemplo:- Se eleito for, vou deixar a educação do mesmo jeito, pois povo ignorante é mais fácil de lidar. Se eleito for, a saúde continuará na UTI porque assim os governos do Estado e Federal mandam sempre dinheiro para nós. Se eleito for, o trabalho será o cabidão da Prefeitura! Se eleito for, turista continua tomando cachaça nos quiosques e mijando no mar! Se eleito for, cultura importo de fora porque dá menos trabalho. Se eleito for, vou apadrinhar ex-vereadores, presidentes de associações de bairros, aconchavar diversos partidos políticos, vou torná-los todos meus cabos eleitorais para me reeleger...Será meu Deus, que não aparecerá unzinho apenas que tenha essa sinceridade e falar a verdade para nós?Aaaaaah, pare aí! Lembrei agora. Estou sendo injusto. Hoje, Deus colocou um homem dessa sinceridade em meu caminho, ou melhor, na minha frente, dentro de um fuscão velho, com uma caixa de som em cima, parado na luz vermelha do semáforo da Professor Thomaz Galhardo, ele tocava um jingle mais ou menos assim: “Sou cachaceiro sim, mas não sou ladrão!”.Ma-ra-vi-lho-so! Pronto! Era o que eu mais queria ouvir de um político: a sua sinceridade.Estão vendo só como tem gente honesta e sincera nesta cidade? Mas... Ei! Venha cá! Quero te falar baixinho: “Estamos num mato sem cachorro. Ou até pior, sem cachorro, com cobras, ratos, veados e lagartos.”Vote certo, vote consciente! Como?

BINGO BENEFICENTE

Local- Praia do Estaleiro- Ubatumirim

Bar Raízes do Jardel

Data- 06-09-2008

Horário - á partir da 18:00 hs

Em prol do Chumbinho, morador da praia de Ubatumirim

OPORTUNIDADE ÚNICA

Na reunião com o gerente da Petrobras na Vila da Picinguaba, ele deixou claro que a empresa não vai dar dinheiro para nenhuma comunidade, somente os Royalties serão pagos aos municípios. Disse ainda que um funcionário da Petrobras fará visitas às comunidades para estimular projetos voltados para o bem comum.
Cabem às Associações de Moradores e ONGS bem intencionadas, aproveitarem a oportunidade e estarem atentas para melhorar a vida das comunidades como um todo.
Com essa atitude, a empresa mostra preocupação em ajudar somente entidades sérias e administradas com competência.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

CONVERSA A BEIRA MAR

Praia da Almada - anos 70
Na época da turma do Paulo era comum passar horas a beira de uma fogueira na praia. Ficavam todos juntos, os aventureiros atentos ao barulho do mar e apreciando as constelações e os caiçaras de olho nas moças bonitas.
Falavam de tudo, os caiçaras contavam suas aventuras do dia-dia no mar, sempre aumentando um pouquinho, afinal de contas... E ficavam encantados com as historias da cidade grande.
Manoel Baença era um caiçara que raramente usava camisa e morava na Almada, já falecido, conhecedor e apreciador de cachaça, também estava presente na fogueira. Já tinha tomada mais do tinha direito e não participava da conversa, também não dava pra saber se estava prestando atenção.
Tarde da noite quando conversavam sobre astrologia uma jovem chamada Neusa que também comprou terreno na Almada e hoje vive no Panamá, resolveu perguntar á Manoel Baença que signo ele era. Até hoje não sabemos se ele não ouviu direito ou não conhecia o assunto mas falou sem pestanejar.” Dona Neusa eu não tenho mais fígado não, viu? A pinga já comeu tudo”!
Aproveitou para tomar mais um gole e continuou como se nada tivesse acontecido.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

DALAI LAMA

"O que mais me surpreende na humanidade é o homem, porque perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem dinheiro para recuperar a saúde. E por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem do presente de tal forma que acabam por não viver nem o presente e nem o futuro. E vivem como se nunca fossem morrer...... e morrem como se nunca tivessem vivido".

terça-feira, 26 de agosto de 2008

IPÊ BRANCO

Plantei um Ipê branco na calçada da casa da minha mulher. Fiquei impressionado com o crescimento e a beleza da arvore. O Ipê roxo e o amarelo são comuns na cidade, mas o branco esta em fase de extinção. Uma vez por semana teremos uma foto da arvore publicada, acompanhando o crescimento até as primeiras flores brancas, e quando aparecer Abelhas, Beija Flor será fotografado com muito prazer.



PROJETO MEXILHÃO


Cerca de oitenta pessoas das comunidades Almada, Ubatumirim e Picinguaba compareceram neste dia vinte e cinco na escola municipal Iberê Ananias Pimentel na Vila da Picinguaba para esclarecimento sobre o Projeto Mexilhão.
Os moradores tiveram a oportunidade de tirar duvidas relacionada ao projeto, varias questões foram levantadas e esclarecidas pelo gerente da Petrobras. Os pescadores não perderam a oportunidade e bombardearam com perguntas relacionadas á área pesqueira.
Varias reuniões já foram realizada nas cidades de Paraty, Caragua, Ilhabela e São sebastião. O objetivo da Petrobras é manter um canal aberto com as comunidades e o telefone 0800 77 112 foi colocada á disposição para esclarecimento. Eles sabem que um empreendimento deste tamanho pode gerar impacto negativo com as comunidades pesqueiras. Todas as questões foram minuciosamente explicadas pelo gerente que munido de microfone e telão tranqüilizou a todos.
A plataforma será instalada a cento e sessenta e sete quilômetros do município de Caraguatatuba. Os dutos serão enterrados com um metro de profundidade até oitenta metros de profundidade para não prejudicar a pesca de arrasto.
A Plataforma Mexilhão irá produzir quinze milhões de metros cúbicos de gás e vinte mil barris condensados por dia. Contribuindo com o suprimento do mercado brasileiro de gás, provendo a redução da dependência do Brasil em relação á importação desta fonte de energia.
Moradores ouvem atentos detalhes sobre o projeto Mexilhão



Seu Pool morador da Picinguaba questiona sobre os beneficios as comunidades

Gerson Florindo aproveita a oportunidade para sugerir mudança na destinação dos Royalties contribuiindo diretamente com as comunidades carentes

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

TURMA DO PAULO

Praia da Almada - anos 70
Ainda não havia estrada na Almada e Paulo Zanettine já freqüentava a praia. Conhecidos como a turma do Paulo, um grupo de aproximadamente vinte jovens transformava a comunidade da Almada naqueles tempos. Eram estudantes aventureiros em férias e ficavam acampados por mais de vinte dias no rancho do Luiz, filho do seu Careca, dono do barco Mar da Galiléia, já descrito em matéria anterior.
Aproximadamente cinqüenta por cento do grupo eram mulheres, e diziam somente amigos, ninguém namorava ninguém, perfeito para os jovens da praia. Nomes como Patrícia, Ester e Rita de Cássia enlouqueciam os jovens da época como símbolo de beleza e são lembradas até hoje em conversas entre os atuais pais de família da praia.
O grupo era liderado por Paulo e freqüentaram a praia por mais de quatro temporadas. Qualquer problema com os estudantes quem respondia era ele, mas isso raramente acontecia. Afinal de contas, era ele quem trazia mulher diferente para a praia, era tratado como um Deus pela rapaziada.
As meninas simpatizavam muito com o modo de vida caiçara, mas não tenho relatos de grandes paixões.
Paulo Zanettine é hoje um dos maiores arqueólogos do Brasil, um dos poucos do grupo que freqüenta a praia até hoje. Possui uma casa com vista para a Praia Brava e tem dois filhos. Há pouco tempo reuniu toda a comunidade para assistir uma apresentação de fotos dos tempos de sua turma. Alguns moradores sentiram saudades daqueles tempos onde imperava a camaradagem e as terras não tinham cercas.
No final da apresentação ele perguntou a todos que rumo deveria dar para este lugar. Gostaria de dizer que ele já faz parte desta comunidade e que em vez de perguntar a vocês, deveria dizer para nós. Você já é um Almadense e seus filhos gêmeos também.

sábado, 23 de agosto de 2008

SÓ EM 2009

Em novembro de 2009, mais precisamente dia 19, o BAR DE PRAIA ALMADA completa dez anos de existência. E precisamos comemorar. Vamos brindar o aniversário do Bar e queremos a presença de todos os nossos clientes e amigos que nos ajudaram a escrever nossa historia.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

REUNIÃO PÚBLICA


PAUTA - Projeto Mexilhão
LOCAL – Escola da Picinguaba
DATA – 25 - 08- 2008-08
HORARIO - 17 : 00 hs


Reunião publica da fase de instalação do trecho marítimo do Projeto Mexilhão.

Oportunidade única para discutir sobre as próximas fases que vai fazer parte do seu dia-dia.

Haverá ônibus saindo da Almada as 16 : 00 hs

Maiores informações 0800 77 00 112
OBS- Mexilhão é o nome da nova Plataforma da Petrobras

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

CARTÃO AMARELO

Ao assistir a partida entre Palmeiras e Internacional pela televisão, vi um lance inusitado. O jogador do Palmeiras estava com a bola dominada perto da linha lateral e o jogador adversário deu um carrinho daqueles assassinos. Ao perceber, o jogador do Palmeiras pulou e o outro passou direto parando embaixo do pé do palmerense que ao cair, bateu os pés na cabeça do adversário. O juiz retirou o cartão amarelo do bolso e deu ao jogador do Palmeiras. Que culpa tem o palmerense se o jogador do Inter ao dar o carrinho fica embaixo. E a lei da gravidade? O jogador não levita. Ele tem que voltar ao chão. Quem deveria ter levado o cartão amarelo era o jogador do Inter, por ter dado o carrinho, que se o palmerense não pula teria se machucado. Pra piorar o comentarista não deu razão pro meu Palmeiras. Finalizando, o Palmeiras foi derrotado por quatro a um, mas foi roubado.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

MOLECAGEM - 2

Praia de Ubatumirim - anos 90


Domingo era dia de jogar futebol na praia de Ubatumirim. Tudo era combinado no jogo entre os moradores no sábado á tarde. Tínhamos que avisar vinte jogadores para aparecer dose. O jogo no Ubatumirim era normalmente as dez da manha, as nove saiam pela trilha com bola, jogo de camisa e a incerteza da vitória. Sempre com time incompleto, mas com muita disposição enfrentávamos a trilha em fila indiana revezando a bolsa com o jogo de camisas.
Ao chegar já estava montado o campo e os jogadores adversários todos vestidos distribuídos no campo a nossa espera. Era o tempo de colocar as camisas e entrar em campo após uma trilha de quase uma hora, correndo junto ao adversário. Não digo que sempre perdíamos, mas raramente ganhávamos.
O jogo terminava mais ou menos meio dia, e lá íamos de volta pela trilha justamente na hora mais critica do sol, somando-se a isso a fome e a sede.
A família do meu amigo Ricardo, maior fazedor de rabeca da região, mora até hoje no canto do Ubatumirim, justamente no caminho que leva à praia, como em toda casa de caiçara tem vários tipos de plantações, dentre elas vários pés de côco. Os cachos quase se encostavam ao chão de tão baixo que ficavam.
Os jogadores morrendo de sede, passavam sem olhar para a casa e muito menos para os pés de coco mas já estava tudo combinado, desta vez vamos conseguir roubar os cocos. Ficávamos escondidos atrás de uma pedra á beira do caminho esperando a melhor oportunidade. Num silencio absoluto, atacávamos os pés de coco. Antes de colocar as mãos nos cocos, uma voz rouca e calma saia de dentro de casa. “ SE QUISER PEDE QUE NOS DAMOS”. Era uma correria geral, e muito engraçado. Hoje ao olhar para o Itamar, filho do seu Ricardo, sinto vergonha daquelas molecagens. Qualquer dia eu conto essa historia para ver se ele lembra.

domingo, 17 de agosto de 2008

VISITANTES ILUSTRES - 5 - BAR DE PRAIA ALMADA

Odilon e familia




Minha amiga do colégio Juliana e familia

Capitão Ivo Lopes e namorada






Flavio e familia

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

BAR DE PRAIA ALMADA


Desde cedo ja sabia que não queria pescar, mas também não queria sair da Almada. Terminei o segundo grau e fiz dois meses de engenharia civil na Unitau. Qualquer formação universitária forçaria a deixar á bela e linda praia da Almada. No final dos anos noventa a praia da Almada estava atraindo cada vez mais turistas. Nessa época só tinham dois restaurantes na praia, e numa conversa com o Aguinaldo, meu primo e com a mesma idade, resolvemos fazer um pequeno bar no antigo rancho de pesca do meu pai. Na qualidade de caiçaras tradicionais, nossa idéia era fazer coisas diferentes das servidas na praia naqueles tempos e todas as idéias sempre foram bem vindas.
No dia seguinte, Aguinaldo apareceu com uma planta desenhada numa folha de caderno. Tínhamos um desenho e a idéia, mas nenhum dinheiro. Meu pai deu o rancho e um freezer grande. A mãe do Aguinaldo doou uma geladeira usada. Minha mãe me emprestou uma quantia em dinheiro, mas o apoio foi fundamental.
Muita gente na praia nos ajudou e o que parecia sonho já era realidade. Nós mesmos fizemos toda estrutura dos telhados. Trabalhamos duas temporadas e na terceira um vendaval levou o que tínhamos construído. No dia seguinte contratamos marceneiros que fizeram uma obra a prova de qualquer tipo de chuva e tempestade.
Hoje em dia esta tudo mais fácil, com uma simples ligação e recebemos tudo que precisamos dos fornecedores. Mas já trouxemos muitas caixas de cervejas e vários sacos de compras pelo ônibus circular. Hoje o bar conta com uma completa estrutura de atendimento. Com cozinha equipada, sanitários com fraldarios, recepção de lanchas e uma clientela satisfeita e fiel ao cardápio bem preparado e ao atendimento personalizado.
Cada dia, cada acontecimento, serviu de aprendizado para nós e, sobrevivemos sempre com humildade e unidos num ideal de caiçaras, graças a Deus.




quarta-feira, 13 de agosto de 2008

SOBRE A MATERIA “PALMADAS PEDAGÓGICAS” UBATUBA EM REVISTA EDIÇÃO 4

CIDINHA DE OLIVEIRA

Não posso deixar de comentar a qualidade da revista que se supera a cada edição. Parabéns a toda equipe. Mas um assunto me chamou a atenção na última edição. Como educar nossos filhos sem apelar para a violência. É muito oportuno tratar o assunto de maneira tão profissional quando a mídia atual se aproveita de sensacionalismos. Ficamos chocados ao ver noticias de violência contra os pequenos mas presenciamos todos os dias nas ruas, supermercados, bancos, pequenos exemplos de como as crianças são tratadas em casa sem testemunhas. Minha experiência de mãe me ensinou que é preciso permitir que as crianças se expressem. A certeza de ser ouvida acalma e equilibra a criança, e permite o dialogo com os pais dispensando o uso de birras, manhas e artimanhas para conseguir o que querem. Concordo com a autora da matéria, criança precisa de atenção.

RIVALIDADE COM RESPEITO

As partidas de futebol entre Almada e Picinguaba duraram mais de uma década. As ultimas foram comandadas por jogadores da minha geração.
Era o grande acontecimento do ano. Logo cedo um grupo de jogadores munidos de facão e botas rumava para o bambuzal para cortar as traves. Uma parte da praia era demarcada para a partida. Ficávamos no aguardo do adversário que vinha em comitiva de barcos. Misturavam mulheres, crianças e jogadores, era uma farra geral. Chegavam todos juntos para impressionar, e impressionavam!!!
Nas partidas realizadas na Picinguaba era a mesma coisa, no nosso caso era um barco, não tínhamos tanta gente e as mulheres não tinham o habito de nos acompanhar.
Nessa época as partidas eram bastante equilibradas. Os jogos continuavam mais quentes que nunca, mas sempre imperou o respeito. A rivalidade nunca saiu do campo. Ao termino das partidas os vencedores ficavam calados. Isso acontecia na Picinguaba e na Almada. Valia o dito popular. “Galo em terreiro vizinho, vira franga”. Mesmo vencendo não se permitia comemorar em terreno alheio.
Em torneios realizados em bairros vizinhos era normal acontecer partidas entre estes rivais, mas o calor e a determinação não eram os mesmos. Partidas boas mesmo aconteciam na Almada e na Picinguaba.
Em 2006 fizemos a ultima partida na Almada, mas poucos jogadores da Almada compareceram, estavam todos trabalhando. Uma partida tranqüila, de amigos, sem rivalidade, sinal de novos tempos.


terça-feira, 12 de agosto de 2008

EQUIVOCO NA FESTA DO CAMARAO


Houve um equívoco na publicação do Jornal A cidade referindo-se a matéria sobre o Festival do Camarão.
Atendi uma ligação da secretaria de comunicação pedindo informações sobre o Festival. Falei para procurar informações com o Itamar ou Toni.
Ela continuou dizendo que precisava fechar a matéria o mais rápido possível e pediu algumas informações. Falei a ela que fui um dos organizadores das últimas edições e que nesta era somente um mero colaborador. Na matéria, fui colocado como organizador e colaborador, causando indignação em alguns membros da Associação. Pois bem, realmente não fui eu o organizador. Se a administração atual estivesse interessada em fazer uma edição melhor teria aproveitado a nossa experiência na realização dos últimos oito anos.
Se fosse nossa equipe, não teria saído tanta gente sem comer. Lembro ainda que a última vez que alguém saiu sem comer foi no 4º Festival. Outros não teriam saído sem pagar, somando mais de dois mil reais. O numero de mesas e fogões teria sido o dobro e sem ônus para a associação que pagou aluguel e até comprou equipamentos para uso na festa. Teria locução em todos os dias da festa, não só nos últimos dois dias. E locução com qualidade e padrões do Festival do Camarão, não um locutor sem preparo e sem informação.
Na decoração também não posso dizer que foi igual ao ano passado. Este ano ficou sem aparecer o nome dos patrocinadores no espaço da festa. Faltou indicação na barraca da Associação, o palco foi mal decorado e a faixa dos preços estava confusa.
Quem esteve presente nas outras edições pôde confirmar que não houve avanços na organização, a diferença ficou por conta de São Pedro, que nos últimos quatro anos só mandou chuva.
E vale ainda dizer que, ao perceber que a previsão era de sol para sábado e domingo, toda estrutura teria que ser dobrada, evitando perdas e mau atendimento.
Parte da estrutura foi cedida pelo Bar Almada na última hora quando perceberam que faltavam coisas básicas para começar o atendimento, que não tinham sequer bandejas para o serviço dos garçons e troco nos caixas. Faltou até farinha de mandioca, óleo e extrato de tomates na cozinha. Teríamos prazer em colaborar mais com a realização da festa pois acreditamos que somar forças é melhor que dividir.
Os últimos festivais sempre tiveram apoio para as embarcações. Acostumados com o serviço, varias lanchas apareceram para prestigiar e não havia o serviço. Foi preciso entrar em ação o Bar Almada.
É difícil acreditar numa Associação que tem como principal membro articulador e vice-presidente um morador do bairro do Itaguá, sem vinculo e sem raízes com a praia da Almada. Pra piorar, envolvido com o jeitinho brasileiro.
Esperamos que para o ano que vem a picuinha fique de fora e o Festival seja o mais importante. Devemos entender que o Festival do Camarão é da Almada, da cidade e do povo. E que os membros da Associação, que mudam a cada dois anos, devem sempre buscar a melhoria na estrutura e no atendimento, aproveitando a experiência dos anos anteriores.

sábado, 9 de agosto de 2008

VISITANTES ILUSTRES - 3 - BAR DE PRAIA ALMADA

Rafael e amigos - Campinas
Dante e amigos















Amigos e clientes de Limeira e Alemanha

ALMADA X PICINGUABA

PRAIA DA ALMADA – ANOS 80


O bairro da Almada sempre viveu uma rivalidade com a Vila da Picinguaba. Hoje isso praticamente acabou, mas na década de oitenta era visível a todos.
Benefícios como telefone, asfalto, luz elétrica e transporte coletivo chegaram primeiro a Vila de Picinguaba, por ser mais povoada e por vontade de alguns políticos influentes com casas de veraneio na vila.
No futebol não era diferente. Jogávamos duas vezes ao ano. A primeira partida era antes do Natal na Vila da Picinguaba. E a segunda na praia da Almada, antes do reveillon.
Sobre essas partidas vou ter muitas historias para contar.
Eu ainda não jogava de tão pequeno que era, ficava a beira do campo (praia) torcendo e paquerando as meninas que vinham a Almada com os jogadores nos barcos de pesca.
O técnico da Almada era o Russo, meu irmão. Raramente ganhávamos e dessa vez não estava sendo diferente. Acabamos o primeiro tempo perdendo de seis a um. Após um desentendimento com o grupo, os jogadores Tiago e Antenor, “os dois melhores da Almada” decidiram que não voltariam mais, tiraram á camisa e penduraram na amendoeira que servia de vestiário para os jogadores. O comentário foi geral. Se com os dois virou perdendo de seis, sem eles será dose.
Foi nesse momento que Gerson e Tael juntaram-se ao Russo e combinaram que aqueles dois não estavam fazendo falta, e lutariam até o fim para mudar o placar do jogo.
Foi um espetáculo! Ao perceber que seria possível, todos na praia começaram a apoiar com gritos os Almadenses e vaias aos adversários.
O jogo virou e Almada empatou por sete a sete. Não ganhamos, mas matamos dois coelhos com uma só cajadada.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

CHOVE CHUVA...


Não posso e não devo, mas adoro chuva. Gosto de todas, mas prefiro aquelas fortes e sem perspectivas de parada. Um bom cobertor e um controle remoto é tudo que preciso para curtir o barulho da chuva no telhado.
Já passei muitos apuros na estrada sem equipamentos de chuva quando pilotava moto. Sentir frio é coisa que nunca gostei. Não sabia se corria bastante para chegar logo, sofrendo bastante com o frio. Ou se andava devagar com menos frio e demorando mais. Optava sempre por correr mais.
Quando estou equipado adoro andar na chuva, o barulho da água na viseira, os pés molhados, só não pode molhar o corpo, o resto...
Para a minha atividade comercial quanto mais sol melhor. Praia tem tudo a ver com sol, e turista sabe disso.
Ubatuba é uma cidade que chove muito, porque não vendemos chuva então? Campos do Jordão e Serras Gaúchas vendem o frio, lotam a cidade. Temporada de chuva em Ubatuba venha você também! É uma idéia boa!

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

O FAIXA PRETA

PRAIA DA ALMADA - ANOS 80
No inicio dos anos 80 o único bar que existia na Almada era do Jordão. Nessa época a estrada não era asfaltada e podia acampar na praia. Um grupo de aproximadamente sessenta japoneses passava o carnaval acampado próximo ao bar. Até hoje freqüentam a praia no carnaval, só que em casas de aluguel.
O consumo de cervejas no bar do Jordão era grande. Os japoneses traziam instrumentos musicais e o pagode era garantido todas as noites.
Numa dessas noites Sakai, japonês de baixa estatura, bom jogador de futebol e amigo de todos na praia, tomou todas e mais um pouco. Resolveu arrumar confusão justamente com o Luizão. Aquele mesmo do estatuto do Marcão.
Sakai com uma conversa estranha, dizia que não tinha medo de ninguém, que ali ninguém era páreo para ele. Luizão sempre de frente, a medida que Sakai mudava de lugar Luizão também mudava e ficava ali encarando o japonês. Num determinado momento Sakai chamou Luizão e disse que era “faixa preta”. Luizão sem pestanejar disse: E daí, você é só faixa preta e eu que sou preto inteiro. Os dois caíram na gargalhada e o pagode continuou madrugada adentro.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

O ESTATUTO ESTA AQUI MARCÃO!!!


PRAIA DA ALMADA – ANOS 80

A primeira vez que ouvi falar em estatuto foi pela voz do Marcão. As primeiras reuniões da associação dos moradores não tinham tesoureiro, secretario muito menos livro de ata. O presidente era eleito pelos presentes e partir deste momento passava a representar o bairro.
Nesses tempos as reuniões eram calorosas. Muito mais animadas que hoje, por pouco não se chegava às vias de fatos. Foi numa dessas reuniões calorosas que Marcão, ex proprietário de uma casa na Almada, já sabendo que não havia estatuto, levantou-se, sem pedir a palavra, com autoridade de um forasteiro e falou em bom tom para todos: Eu quero saber cadê o estatuto desse bairro? Ficamos todos pasmos com a pergunta. Um olhando pro outro sem saber de que estava falando. Ele aproveitou o silencio e refez a pergunta em tom mais alto ainda.
Foi nesse momento que levantou da cadeira Luizão “im memorian”. Homem negro, forte, muito adorado e respeitado, saudoso para todos na comunidade. Levantou a manga da camisa dobrou o braço e bateu com a outra mão no seu bíceps, fazendo estalar a cada batida na pele negra. E Disse: O estatuto esta aqui, Marcão!!! Continuou batendo e falando: O estatuto esta nos braços de cada morador que luta por esse bairro e se você quiser, arregace a manga de sua camisa e trabalhe junto com a gente para melhorar essa comunidade.
Marcão surpreso com a atitude arregalou os olhos, e ficou em silêncio. Não sabia se sentava ou se ia embora. Optou pela segunda escolha.
Até hoje quando alguém bate com força no braço sempre tem um que fala. O estatuto está aqui Marcão!!!


segunda-feira, 4 de agosto de 2008

PALMEIRAS

Quase todos na minha família gostam de futebol. Minha mãe e o Edmar são Santistas. Meu pai, Russo, Gerson e o César são Corinthianos. A Cida e o Cláudio não torcem para ninguém. O Cláudio porque nunca ligou para esporte e a Cida desde jovem é evangélica. Eu pela identificação que sempre tive com o Rubinho aprendi a ser Palmerense.
Estou tentando fazer o mesmo com o meu filho. Mas a minha situação é delicada. A irmã e a mãe torcem para o São Paulo. E isso é um perigo!!

domingo, 3 de agosto de 2008

O AGIOTA

PRAIA DE UBATUMIRIM - ANOS 90

Zé Apolinário é conhecido nas redondezas como mão de vaca. Pescador de quase setenta anos, vividos com sabedoria na praia de Ubatumirim.
Certo dia bateu a sua porta um homem bem vestido, caneta bordada a ouro no bolso e maleta na mão. Zé Apolinário o recebeu com sorriso verdadeiro, comum aos caiçaras. Mas não pediu que entrasse, nem mesmo ofereceu café. No fundo estava desconfiado com a inesperada visita.
Após cumprimentarem-se o homem perguntou se ele conhecia o senhor Jonildo.
Zé Apolinário disse que conhecia e que ele era seu genro.
O homem continuou a conversa dizendo que era “agiota” e que havia emprestado dinheiro a Jonildo. Zé Apolinário deu um passo atrás, e aquele sorriso típico dos caiçaras sumiu do seu rosto. E disparou:
-Então você não é um “agiota” você é um “idiota”! Emprestou dinheiro pro meu genro? Ele não paga ninguém!
Após ouvir a conclusão do seu Zé o “idiota” deu meia volta sem dar boa tarde e sumiu nas curvas da estrada.