DIA DO PEIXE

Praia da Almada - anos 90

Pescar tainha é a coisa que pescador artesanal mais gosta. É um desespero na praia quando os cardumes aparecem na baia. Quem está com o equipamento pronto sai na frente, quem não esta, apronta num minuto as redes, canoas, remos, companheiro, poita. Esta dada a largada atrás das cobiçadas pançudas, como são chamadas pelos caiçaras.
Já saí varias vezes para pescar tainha, mas esse não era dia do pescador. Saímos em duas canoas. Numa estava Seu Bié, um dos pescadores mais experientes da Almada que hoje mora na cidade e não pesca mais. Com ele seu fiel companheiro Carlinhos. Na outra eu e o Edinho, muita vontade de pescar e pouca experiência.
Ao chegar á baia, juntamos as canoas e as redes. Ficamos atentos para ver os pulos das tainhas. Não demorou mais que cinco minutos, um cardume se aproximou com sucessivos pulos. O silencio foi geral, a ordem para abrir a rede pertencia a Seu Bié. Ele esperou o momento exato e gritou cerca!
As canoas soltam as redes fazendo um cerco, indo uma de encontro á outra. Seu bié estava quase acabando e nós não saíamos do lugar. Os braços estavam doloridos, a canoa continuava cheia de redes, e continuávamos. Até que Seu Bié de longe gritou dizendo que as redes estavam presas na popa da canoa.
Tarde demais. Um cardume com mais de cinqüenta tainhas passou a nossa frente. Só olhamos e morrendo de vergonha fomos ao encontro do experiente pescador. Seu Bié não ficou zangado, até ficamos mais um pouco a fim de encontrar outro cardume, mas realmente não era dia do pescador.

PESCADORES - VILA DA PICINGUABA

SURFE - SUGESTÃO

É notável o crescimento do surfe no Brasil nos últimos anos. Os eventos são montados a beira da praia para realização dos torneios e grandes empresas de diversos segmentos estão colocando seu nome no palanque ou em grandes balões na praia. O investimento dos patrocinadores e da mídia é altíssimo.
Mesmo com as enormes estruturas tenho notado uma pequena falha nos equipamentos de som das competições. Não faço parte do grupo dos competidores, apenas acompanho as etapas que acontecem no Litoral Norte, Itamambuca e Maresias. Já tinha notado na etapa do Supersurf em Itamambuca, e agora no Onbongo Pro Surfing que as caixas de som ficam de frente para o mar. Entendo que os surfistas necessitam de informações, que a todo o momento são passadas com muita competência pelos locutores. Mas e o público consumidor que atende o apelo dos patrocinadores.
Na ultima etapa do Onbongo eu estava a menos de dez metros à direita do palco e não ouvia as informações passadas. Pessoas do meu lado estavam ansiosas para saber quem estava competindo. Víamos surfistas passarem à nossa frente, com camisetas amarelas, pretas e vermelhas, mas não sabíamos quem era.
Com a expansão das caixas de som, mesmo as pessoas que estão fora da área do evento, pode entender as regras do surfe. Uma maior exposição dos atletas faz a marca do patrocinador ser reconhecida.
Quem vai a uma competição quer torcer. No Surfe que as manobras acontecem longe da areia, se não ouvimos como vamos torcer?

MACACO CIDADÃO

Praia da Almada - anos 90



Jose Carlos era professor da escola da Almada, dava aulas para crianças de primeira a quarta serie da praia no final dos anos 90.
Enquanto morava na Almada o professor Jose Carlos era querido por todos e tinha idéias comunitárias. Levava o time da Almada para jogar em outras cidades. Realizou na praia do Engenho, a festa do chope que parou na segunda edição.
Na primeira edição o professor quis impressionar. Trouxe a principal banda de MPB da cidade, os irmãos Anselmo e Adler. Os dois vocalistas eram acompanhados de bateria, guitarra e baixo.
Foi uma noite maravilhosa. Palco e barracas foram montados na praia. Muitos turistas e moradores da cidade compareceram para prestigiar a 1ª noite do Chopp.
Os cantores estavam maravilhados. O publico cantava e dançava sucessos de Jorge Benjor, Tim Maia e Lulu Santos.
Na frente do palco um jovem ligeiramente alcoolizado ao mesmo tempo em que ouvia os antigos sucessos gritava desesperado para os músicos: Canta macaco! Canta macaco! De tanto gritar, um dos músicos parou o show, chamou o jovem e perguntou que macaco era esse. O rapaz mais tranqüilo falou agora em voz baixa. Macaco cidadão, musica do Skank.
O musico voltou ao palco falou ao irmão que deu um disfarçado sorriso e cantou Pacato Cidadão, um grande sucesso do Skank.

BAIRRO DA ALMADA

O bairro da Almada é formado por quatro praias. Brava da Almada, Lança Cavala, Engenho e Almada.
A Praia Brava é quase deserta. Fica dentro do parque estadual da serra do mar e mede aproximadamente trezentos metros com boas ondas para a prática de surf.
O Lança Cavala é bem pequena mede pouco mais de quarenta metros. Assim como a praia brava não tem acesso de carro, uma trilha de aproximadamente quinze minutos saindo da praia do Engenho é o único caminho. Outra opção é um passeio de caiaque saindo da praia da Almada.
A principal praia do bairro é a Almada. Onde se concentra o comércio, ponto de ônibus e estacionamentos no acesso principal do bairro. As casas de veraneio se concentram na Almada e Engenho e são muito procuradas por quem já conhece a praia. Nada como curtir este lugar do nascer ao por do sol e ainda poder sentar na praia para apreciar a noite, tomar o café da manhã de frente para o mar e não ter hora para ir embora.
Separada da Almada por um pequeno rochedo é na praia do Engenho que ficam as principais casas de moradores e turistas do bairro. Por não ter acesso a carros é muito menos povoada nos principais dias de verão.
Quem conhece volta. E quem mora aqui é feliz.

EXEMPLO

Esta lixeira fica na estrada de acesso á praia da Almada. Construída pelos proprietários da Pousada Casa Milá, atende aproximadamente dez famílias.
É um exemplo a ser seguido, construída com muito carinho e bom gosto.

ONBONGO PRO SURFING - FOTOS

Estrutura do evento

Mulheres, poucas mas...

Mas...

Competidor corre para mais uma bateria nesta manhã em Itamambuca

ONBONGO PRO SURFING - 2008

Teve inicio nesta terça feira, vinte e um de outubro um dos eventos mais tradicionais e importantes do calendário Sul-americano de surfe profissional, a etapa do WQS (divisão de acesso á elite do surfe mundial)
O local não poderia ser outro, Itamambuca, a mais famosa praia de surfe de Ubatuba e que pelo terceiro ano consecutivo recebe a etapa do mundial. É um dos maiores acontecimento da cidade que se intitula de capital do surfe
O evento vai até domingo dia vinte e seis, com inicio diariamente á partir das oito horas da manhã. São esperados mais de duzentos atletas de vinte paises.
A previsão é de sol para os próximos dias. Assim como no ano anterior, muita gente bonita estará circulando em todos os dias do evento.

CHOCOLATE BIS

Praia da Almada - início dos anos 80

Não sei em que ano foi inventado o chocolate Bis. Mas sei que a primeira vez que vi na Almada foi com a professora Alba no inicio dos anos oitenta.
Um grupo de crianças brincava quando dona Alba apareceu na praia. Todos correram para abraçá-la e dar boas vindas, tamanho o carinho que tínhamos por ela.
Estavam presentes naquele momento as meninas comportadas os meninos mais ou menos e os maiores não comportados.
A professora sugeriu que formássemos uma roda para contar versos. Pegou uma caixa de chocolate da bolsa e disse que quem contasse um versinho ganharia um Bis. Foi uma euforia total. As meninas foram as primeiras a declamar, sobrando poucos chocolates para os garotos.
Marcelo um morador recém chegado a Almada também queria declamar, mas não conhecia nenhum verso. Edinho resolveu ajuda-lo e fez um verso para o amigo. “Lá no alto daquele morro tem um velho gaioleiro, quando passa mulher bonita faz gaiola sem ponteiro”.
Tudo ensaiado Marcelo bastante nervoso e tímido como a maioria das crianças esperou sua vez. Concentrou-se soltou a voz: -Lá no alto daquele morro tem um velho “gaiorero”, e esqueceu o restante. Virou para traz e perguntou. Como é mesmo Edinho? Esqueci o resto! Após a consulta e muitas gargalhadas, Marcelo foi contemplado com um delicioso chocolate.
Restava um Bis, mas ninguém do grupo dos marmanjos se prontificou a declamar. A professora chamava quem seria o ultimo a contar um versinho e comer esse ultimo delicioso chocolate? Foi nessa hora que Tael, o mais sacana do grupo levantou-se, chegou de frente pro grupo e declamou: “ No alto daquele morro corre água de sabão, as meninas descem as roupas e os meninos passam a mão”.
Os marmanjos caíram na gargalhada, as meninas envergonhadas. E a professora foi embora com o ultimo Bis na caixa.

HORÁRIO DE VERÃO

Teve inicio a meia noite de sábado o horário de verão. Como já dizia nossa mãe, quem acorda cedo aproveita melhor o dia.
Com o dia maior, as tardes ganham ares de verão e o sol espera a noite chegar para desaparecer.
Aqui na Almada são os melhores dias do ano. O fim de tarde maravilhoso é um convite ao descanso e a contemplação. Convida-nos a sentar a beira da praia e contemplar um dos espetáculos mais bonitos da natureza. As cores do mar vão se alterando a medida que o sol se põe até assumir o prata e então vemos o sol desaparecer nas montanhas.
É comum turistas chegarem á praia pela manhã, e depois de almoçar sentar-se nas espreguiçadeiras para esperar o fim de tarde e ver o por do sol. Despreocupados com a hora porque enquanto há luz tem a ilusão de que ainda é cedo e assim curte melhor o seu dia na praia.
Mesmo para quem trabalha ainda sobra dia após o expediente. É possível aproveitar algumas horas para um passeio pela orla da praia e até sentar num quiosque para relaxar com os amigos. Quem se preocupa com o consumo de energia elétrica?

PRAIA NÃO CATALOGADA

Mais uma praia deve ser acrescentada entre as mais de cem de Ubatuba.
Entre Almada e Ubatumirim, chama-se Lanço do Robalo e mede aproximadamente vinte e cindo metros de comprimento na maré vazia. O local é freqüentado pelos pescadores da região em pescarias de Robalo, Pescadas e Corvinas. É um aquário natural e tartarugas podem ser avistadas diariamente.
Em consulta aos guias oficiais de praias da cidade nada consta sobre essa praia.
O acesso é somente pelo mar, um passeio de caiaque saindo da Almada é a dica.

O VENTO

Enquanto a Seleção Brasileira jogava, aproveitei para tentar imitar o apresentador Pedro Bial.

Confira o resultado.

E o vento.

Ventou como se nunca tivesse ventado antes.
Dobrou as folhas das arvores, atrapalhou o pousar dos pássaros e sujou o quintal da vizinha espalhando as folhas pelo chão.
Sua fúria em contato com os fios de eletricidade fazia um zumbido parecendo grandes enxames de abelha indo de encontro a um campo florido, loucas por saborear o banquete a sua espera.
Seria de causar medo, mas, por não ser constante nos permite aprecia-lo como um simples fenômeno da natureza. E por não ser eterno nos faz aguardar que termine e esperar outro momento, para de novo sentir a chuva de areia nos olhos, as folhas dobrando, as pequenas ondas crispando o mar e as pipas subirem se perdendo nas copas da arvores mais altas.
Quem nunca saiu á varanda ou abriu a janela para apreciá-lo, ainda que, os pingos da chuva molhem seu rosto.
Nessa hora a visão poética da chuva fica mesmo para os poetas e o pescador no mar agitado. O velejador, nas velas sendo alçadas e no barco inclinado e até o internauta, na possibilidade de cair á conexão.
E o vento levou...

BAIA DOS GOLFINHOS

A baia da Almada constantemente recebe visitas de golfinhos a procura de cardumes de pequenos peixes para alimentação. É um verdadeiro show de beleza, os turistas adoram. Já os caiçaras acostumados com a presença dos mamíferos não fazem alarde.
Entre os moradores comenta-se que quanto menos propaganda em torno dos golfinhos melhor. Com tanto ambientalista a vista é perigoso ter estes animais por perto. Digo os golfinhos, não os ambientalistas.
Mas os pescadores gostam e protegem os golfinhos.
Imagina se algum ambientalista faz um projeto para fechar a baia da Almada para área de alimentação dos golfinhos. Em nossa região já temos Parques Estaduais, APAS, Área de amortecimento, Gerenciamento Costeiro, Projeto Tamar, fúria da Policia Ambiental, fechamento de baias para proteção de rios, proibição de diversos tipos de pesca e redes.
Assim como a criação da APA que não houve consulta das comunidades pesqueiras, nem preocupação com a pesca artesanal.
Isso pode acontecer. Se for para proteger os animais o governador assina de olhos fechados, já para melhorar a vida do pescador artesanal...
Diante disso. Almada não tem golfinho, viu?

A CHEGADA DO PROGRESSO

Praia da Almada - anos 70

A estrada só chegou a Almada no final dos anos setenta. Antes disso, para chegar á cidade usava-se barcos, canoa a vela ou pela trilha. A abertura da estrada foi um acontecimento. Não só crianças, mas adultos também iam de encontro ás maquinas que devastavam a vegetação abrindo caminho para o progresso.
Lembro até hoje do barulho ininterrupto da maquina de esteira e do cheiro da terra retirada do morro. O que mais gostávamos era ver as pedras rolarem morro abaixo, devastando a vegetação, indo parar no mar.
A abertura foi num ritmo acelerado, todos na praia estavam encantados com a rapidez das maquinas, primeiro vinha á esteira e depois a plaina, uma maquina que alisava a estrada. Tinha uma que abria buracos para colocar bueiros, e nós apelidamos de ‘pernilongo’.
Ao chegar mais ou menos quinhentos metros da praia o serviço empacou. Um morador não permitia que as máquinas entrassem em suas terras. Ficando parado por mais de três meses. Uma tristeza para nós crianças que ficamos sem a companhia diária do aparelho barulhento e para os moradores que sonhavam com carros e ônibus na praia.
Graças a um acordo entre prefeitura e o proprietário, finalmente a estrada chegou e com ela tudo que vem junto com o progresso.

FOLDER DO BAR DE PRAIA ALMADA

2º EDIÇÃO

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BAR DOCE BAR

Bar é um lugar que acontece de tudo. Festas, amizades, comemorações, azarações, até mesmo negócios são fechados em mesas de bar. Casais são feitos e desfeitos.
Tem aqueles que se excedem e só percebem a besteira no dia seguinte. Tenho um amigo barbeiro que comprou uma canoa numa noite de bebedeira. Outro que é artista plástico, acompanhando amigos numa balada entrou num bar onde acontecia um leilão e só no dia seguinte descobriu que pagou uma pequena fortuna por um tubo de sêmem de cavalo, ou seja, porra de cavalo e não tinha a menor idéia do que fazer com o precioso líquido.
Até mesmo os abstêmios freqüentam bar. Quem não bebe assiste aos outros beberem, e bebe coisas mais saudáveis. A verdade é que no bar juntam-se todos os elementos, musicas, bebidas, comidas, gente bonita e gente feia que com umas doses a mais acabam ficando bonita.
E como diz um amigo meu, com a lei seca quem vai ficar com as feias no final da balada?
E o balcão vira um divã de analista e testemunha grandes confissões, segredos e mágoas sendo afogadas num copo qualquer. Se tiver um bom par de orelhas o papo pode virar a madrugada.
Sendo assim quem não bebe também tem o que fazer, a bebida é só um detalhe. Duro é agüentar os bêbados falando na orelha. E tem uns que percebem que a gente não esta bebendo e começam a falar serio. Bêbado tem que se comportar como bêbado e sóbrio comporta-se como sóbrio.
Para encerrar. “Freqüente bar, bar é cultura.”

SOLIDÃO

Encontro do rio Picinguaba com o mar

FRASE

"O homem não foi feito para ver a luz, mas para ver apenas as coisas iluminadas pela luz." (Goethe)

HINO DE UBATUBA

UBATUBA, Sim, Sim, Sim!
ela tem lindas praias de areia dourada!
Ubatuba, sim, sim, sim!
Viver no Perequê, no Itaguá, na Enseada!
Ubatuba, sim, sim, sim!
Horizontes de mar e de montes sem fim
Seu céu estrelado de azul anilado suas matas, seus rios, seu Povo abençoado!
Eu amo Ubatuba assim como ela é
Sozinha, isolada,Só com sua fé.
Conquanto ela suba ao progresso que vem, que fique guardada com tudo quanto tem!
UBATUBA, sim, sim, sim!
ela tem lindas praias de areia dourada!
Ubatuba, sim, sim, sim!
Da PICINGUABA extrema até a MARANDUBA
Ubatuba, sim, sim, sim!
Horizontes de mar e de montes sem fim
E o céu estreladoDe azul anilado
Da "TERRA ENCANTADA"que a nossa alma derruba!

PINGUIM NO POLO NORTE?

Meu filho de cinco estava no banco traseiro do carro com a irmã adolescente enquanto seguíamos para a praia da Almada. Ele como sempre atormentando a irmã, com beliscões, apertos e disputas pelo maior espaço no banco.
Mas existem muitos momentos de tranqüilidade e dialogo entre eles. Nós no banco da frente ficamos impressionados com o papo dos dois nos momentos de paz. Que na verdade são muitos.
Ouvimos ele perguntar se a Itália ficava na Europa. Ela respondeu que sim contendo a vontade de zoar com o irmãozinho e ainda completou que ficava do outro lado do mar. Ele se adiantou e disse que era na Antártida.
Ela estava mesmo de bom humor, e começou a explicar onde ficava a Europa, comparando a Terra com uma bola.
Sempre muito atento lembrou que a Antártida fica lá embaixo, no que ela perguntou o que tinha lá.
-Pingüins, focas e gelo. E no Pólo Norte só tem ursos.
Ele pensou um pouco e perguntou. Se no Pólo Norte também tem gelo, por que não tem Pingüins?
- Eles tentam chegar lá, já chegaram até na Bahia, mas os ambientalistas devolvem eles pra Antártida.

O PAGODE IMAGINÁRIO

Praia da Almada- verão de 2005

O Bar de Praia Almada, funciona somente até o anoitecer. Mas teve um dia que ficou aberto até a meia noite e com o som desligado para não atrapalhar a vizinhança. Não foi uma noite qualquer.
Sentado a mesa, de banho tomado, pronto para dormir e com as antenas ligadas, esta o meu amigo Célio de Campinas. No balcão, eu no lado de dentro e no lado de fora os personagem principais do pagode mais inusitado que já vi, Duke e Fabião.
Já cansados de tomar cervejas, pediram duas caipirinhas. Saí do balcão para preparar a mistura de limão, vodka, gelo e açúcar e, na volta, deparei-me com os dois cantando um samba do Zeca Pagodinho com cavaco e tamborim. Com um detalhe, os instrumentos eram imaginários.
A caipirinha sumiu em menos de cinco minutos. Ao contrario do pagode que aumentava de volume na garganta dos cantadores. Exigentes na afinação, a todo o momento parava-se a musica para acertar as notas e afinar o cavaco, que não fazia barulho nenhum, somente na cabeça dos artistas.
Num certo momento teve um desentendimento entre os cantadores. Duke disse que Fabião não estava sabendo tocar o cavaco. Foi nessa hora que Célio olhou para mim e disse: Fernando fecha que o cavaco esta desafinado.
Duke olhou pro Fabio sério e disse. Dá esse instrumento aqui e pega o meu! Fizeram a troca com todo cuidado para não cair. Mas não havia instrumento. Olhei pro Célio que antes de ir embora finalizou.
Boniiiiito!!!!!!!!!

NÃO FOI DESSA VEZ

Nunca na historia o norte de Ubatuba elegeu um vereador. Este ano não foi diferente. A eleição passou e com ela a chance de termos pelo menos um representante na câmara municipal.
Em todas as eleições a historia é a mesma. Várias pessoas se candidatam, dividindo os poucos votos existentes na região. Devemos levar em consideração que outros candidatos que não pertencem ao norte aparecem nessa época e levam uma parcela desses votos.
Este ano, chegamos perto deste acontecimento. O candidato Gerson Florindo da praia da Almada foi o mais votado da região com quatrocentos e vinte e seis votos, pelo Partido dos Trabalhadores, se o partido fizesse legenda teríamos o tão sonhado representante.
Ao contrario do norte da cidade, a parte sul fez três representantes. Por mais quatro anos estaremos sendo representados por pessoas que aparecem de quatro em quatro anos para levar nossos votos e cuidar somente de seus interesses.
Percebe-se uma preocupação maior na política dos bairros, vemos exemplo da comunidade da Picinguaba que teve três chapas na eleição da Associação.
Quem sabe daqui a quatro anos esse sonho seja realizado e possamos ter em nossa região o que o lado sul já tem há décadas.

QUIOSQUE DE SAPÉ

Praia da Almada- anos 80

Para mostrar que realmente era um homem com idéias diferentes, doutor Alberto construiu um quiosque de sapé no meio da praia. Por ser uma coisa inusitada, causou muita estranheza aos moradores e ninguém aprovou a pequena construção. Nas conversas de bar, o assunto ganhou força e todos eram desafiados para ver quem queimaria o famoso quiosque de sapé.
Alguém comprou a idéia, mas não quis medalhas por isso.
Várias suspeitas foram levantadas, mas até hoje não sabemos quem causou o incêndio na obra artesanal do doutor.

PRAIA DA CAÇANDÓCA

Localizado no extremo sul de Ubatuba a praia da Caçandoca ainda é um lugar tranqüilo para um dia feliz.
Saindo da Rodovia Rio-Santos são quatro quilômetros e meio de estrada sem asfalto, mas não se preocupe, a estrada é boa.
A praia é rodeada de pitangueiras e não tem nenhuma construção na orla, dando a impressão de desabitada, mas caminhando um pouco podemos ver os moradores chegando da escola num ônibus ou jovens vindo para o mar brincar ou pegar onda. Na praia temos a vista da ilha do Mar Virado ao fundo. Uma trilha de acesso a praia da Caçandoquinha a direita e a esquerda ao luxuoso condomínio da praia do Pulso.
No meio da praia há um bar que serve porções e cerveja geladinha, aberto todos os dias mesmo na baixa temporada.
Completa este cenário maravilho, uma lojinha de artesanato da dona Neide, com peças produzidas a partir de folhas e fibras colhidas na mata e que se transformam em peças graciosas.
Amendoeiras e abricós com sombras maravilhosas completam o clima de tranqüilidade.

Vestigios da ultima temporada


Artesanato da dona Neide


Praia da Caçandoca

COM A PALAVRA O ANIVERSARIANTE

Praia da Almada - por volta de 2003

Dãozinho estava eufórico de tanta felicidade no seu aniversario. Estavam presentes familiares e amigos da Almada.
Entre churrasco, caipirinha e muita cerveja, tinha um equipamento de som acoplado a um microfone. Dãozinho não parava de agradecer ao microfone a presença dos convidados, principalmente seus amigos da praia, que jamais imaginou que aceitariam o convite.
Ao lado do microfone era seu lugar predileto, sempre falando e cantarolando.
Justamente na hora que estava ao microfone, mais uma vez agradecendo a presença de todos, Abraão perguntou onde estava o restante da carne. Dão não respondeu e continuou seu discurso. Abraão insistiu e perguntou mais alto. Dão intimo de Abraão esqueceu que estava com o microfone ligado e falou para todos ouvirem: Vai tomar no c... Abraão!