Almada anos - 90
Nesta eu já jogava pelo time da Almada e por incrível que pareça perdemos. A Praia da Almada estava lotada, dois barcos vindos da Picinguaba ancorados, estavam à espera dos jogadores e torcedores.
Foi um jogo daqueles, mais quente que nunca. Os torcedores das duas praias estavam eufóricos e juntavam-se no canto direito da Almada.
Independente de maré cheia ou vazia os jogos eram com onze jogadores de cada lado. Na maré cheia sobrava menos de dez metros de largura no campo de areia. Só as traves não tinham o tamanho oficial e mediam aproximadamente cinco metros de comprimento.
Naquele dia Mizael, jogador da Picinguaba, um dos melhores do bairro, fez o terceiro gol colocando seu time á frente, quando faltava pouco mais de dez minutos para o término da partida.
Assim como nas outras partidas, cada time escolhia um juiz para cada tempo do jogo. O árbitro do segundo tempo era da Almada. Não exatamente da Almada, estava alugando uma casa na praia, e aceitou o convite para a difícil empreitada. Ele era diferente do convencional, usava uma blusinha mais curta que o normal e era meio afeminado.
Já havia terminado os quarenta e cinco minutos e nada do juiz acabar a partida, dizia que estava nos acréscimos. Passaram-se cinco, dez, e ao chegar aos quinze minutos de acréscimo os jogadores da Picinguaba já se preparavam para deixar o campo quando Mizael pegou uma bola na sua defesa, driblou todo mundo e ao chegar à frente do nosso gol não desperdiçou. Quatro a dois.
Após o gol o juiz apontou o centro do campo e terminou a partida. Disse a todos com uma voz típica de quem usa uma blusinha rosa: ”Eu tentei né! Vocês não fizeram o gol, eles fizeram”.
Foi um jogo daqueles, mais quente que nunca. Os torcedores das duas praias estavam eufóricos e juntavam-se no canto direito da Almada.
Independente de maré cheia ou vazia os jogos eram com onze jogadores de cada lado. Na maré cheia sobrava menos de dez metros de largura no campo de areia. Só as traves não tinham o tamanho oficial e mediam aproximadamente cinco metros de comprimento.
Naquele dia Mizael, jogador da Picinguaba, um dos melhores do bairro, fez o terceiro gol colocando seu time á frente, quando faltava pouco mais de dez minutos para o término da partida.
Assim como nas outras partidas, cada time escolhia um juiz para cada tempo do jogo. O árbitro do segundo tempo era da Almada. Não exatamente da Almada, estava alugando uma casa na praia, e aceitou o convite para a difícil empreitada. Ele era diferente do convencional, usava uma blusinha mais curta que o normal e era meio afeminado.
Já havia terminado os quarenta e cinco minutos e nada do juiz acabar a partida, dizia que estava nos acréscimos. Passaram-se cinco, dez, e ao chegar aos quinze minutos de acréscimo os jogadores da Picinguaba já se preparavam para deixar o campo quando Mizael pegou uma bola na sua defesa, driblou todo mundo e ao chegar à frente do nosso gol não desperdiçou. Quatro a dois.
Após o gol o juiz apontou o centro do campo e terminou a partida. Disse a todos com uma voz típica de quem usa uma blusinha rosa: ”Eu tentei né! Vocês não fizeram o gol, eles fizeram”.
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