terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

FRASE

"Mal por mal, é melhor ter o de Alzheimer que o de Parkinson.

Pois é melhor esquecer de pagar a cerveja do que derramar tudo no chão."

SEU GENESIO - BAIRRO DO CAMBURI

Estou devendo uma visita ao Seu Genésio do Camburi.
A ultima vez que estive com ele ainda não tinha luz na sua casa.
Sempre a frente das questões sociais daquele bairro, lutou bravamente junto com os moradores pela luz elétrica.
Graças a Deus conseguiram.
Com mais de setenta anos de idade, Seu Genésio é um Herói! Quem o conhece sabe que não estou exagerando.
Orgulho-me de ter trabalhado alguns dias com ele no Parque Estadual da Serra do Mar, Núcleo Picinguaba. Ele como palestrante e eu como monitor de trilhas.
Em suas palestras que duravam aproximadamente uma hora, ele fazia uma comparação clara e objetiva dos modos de vida de hoje com a maneira vivida na sua juventude.
Falava sempre do respeito aos pais e da inexistência de drogas e malandragem. Exaltava a camaradagem, a fartura de peixes e a falta de cercas nas divisas de terras.
Quando um pescador trazia uma quantidade grande de peixes toda á comunidade era beneficiada.
Os visitantes ficavam impressionados com a simpatia e a experiência de vida do palestrante. Uma palestra que durava uma hora chegava a durar mais de duas horas para responder tantas perguntas dos estudantes curiosos.
Gravadores e maquinas fotográfica era constante dando a impressão que estava presente o presidente dos Estados Unidos.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

PESCARIA DE GAROUPA

Na qualidade de filho, neto e bisneto de pescador, não poderia ser diferente, também sou pescador.
Na verdade já fui mais, hoje menos ou quase nada.
Certa vez fui pescar Garoupa com meu pai, ” tipo de pesca que nunca gostei”. A isca para pescar é Sardinha ou Bonito, com um detalhe, quanto mais podre melhor.
O anzol usado é médio, que cabem aproximadamente 4 sardinhas.Era o tipo de pesca que ele mais gostava. Ficava claro em seu semblante a satisfação em ancorar o barco a beira da costeira e ficar esperando a boa vontade do peixe.
Eu tinha que acompanha-lo, pois era um humilde funcionário e filho obediente.
Um dia, estávamos pescando na Ilha da Pesca, a isca era bonito podre, tão podre que até corria uma gosma esverdeada.
Eu na minha má vontade e ele na sua paciência de um Monge tibetano.
Para pescar garoupa tem alguns segredos, reservados somente aos bons.
Os peixes pequenos e sem nenhum valor, tais como o Jaguareçá, o Sinhá Rosa e outro com uma boquinha vermelha que nem me lembro o nome, mas que não é vantagem nenhuma pescar, a todo momento beliscam a isca.
Aí é que entra a paciência tibetana para deixar esses pequenos peixes avançarem sobre a isca, são eles que vão mostrar a Garoupa que ali tem comida.
Eles são extremamente famintos e tem que trocar de isca o tempo todo, daí meu desgosto nesse tipo de pesca.
Ter que pegar outro pedaço de bonito, um bom pedaço, mais ou menos 5 cm de peixe podre.
Eu pegava um peixe atrás do outro, mas só o Jaguareçá, a Garoupa que é bom nada, tinha que trocar a isca de novo.
Meu pai ficava olhando a minha incompetência, já imaginando que não teria muito futuro na pesca.
A melhor hora para essa pescaria é de madrugada, mais ou menos 06 da manhã. Estar acordado no mínimo ás 05 da manhã é coisa que nunca me agradou. Quando dava 08 da manhã, eu já estava querendo ir embora e meu pai cada vez mais animado com a pescaria.
Continuávamos ali, o barco balançando , o Jaguareça destroçando minha isca, eu mau humorado, tendo que mexer no bonito podre, cheio de sangue.
Meu pai pediu para eu pegar um bonito grande, cortar a cabeça para colocar no anzol. Não perdi a oportunidade de ficar calado e, perguntei: “ Pra que essa cabeça enorme no anzol?”. Meu pai nem respondeu, jogou o anzol na água com aquela enorme cabeça.
Não deu mais que um minuto, vi uma puxada na linha e a cara de satisfação que só se vê nos grandes vencedores.
Falou em voz alta pra eu pegar o bicheiro. É um arco de ferro em forma de anzol com aproximadamente um metro de comprimento e serve para tirar o peixe da água. E falou de novo.
Corri pra pegar a ferramenta e fiquei no aguardo.
Vi aquela boca enorme aberta, de cor amarronzada. Uma bela Garoupa de uns 6 kg mais ou menos.
Fisguei-a pela guelra e trouxe já com ajuda do meu pai para dentro. Ainda estava com a cabeça do bonito que jamais imaginaria que pudesse pegar alguma coisa.
Meu pai olhou- me satisfeito, deu a mais esperada ordem do dia: Puxe a ancora que o almoço já está garantido.
Viemos embora. Eu no comando do barco e ele na proa, com o olhar e pose que so os grandes pescadores tem.